sábado, 5 de janeiro de 2008

* Lágrima *


Escrevo a crônica de hoje para falar da lágrima. Sim, do pranto, do choro.
Muitos vêem a lágrima como um sinal de fraqueza. No universo masculino, ela é, no mais das vezes, sinônimo de fraqueza. Mas as mulheres sabem quão estúpido pode ser o universo masculino. É por isso que a mulher é toda feita para o amor: ela vê o pranto como a mais pura e límpida expressão da poesia.
Sim, eu vi um homem em prantos! Eu vi a lágrima pungente a cair de olhos melancólicos. Eu me vi no espelho, patético diante do absurdo da condição humana!... No entanto devo admitir, nunca vi alguém tão belo! Como é bela a lágrima nos olhos de um homem!...
Desde então passei a observar homens e mulheres em prantos. Engana-se quem diz que só a tristeza faz a lágrima, essa chuva da alma! Há lágrima na alegria, no prazer de sentir-se vivo num mundo onde a morte é nossa sombra.
Ah, meus senhores, minhas senhoras! Vamos chorar! Choremos de emoção diante deste dia que finda, ímpar experiência que nunca mais retornará. Choremos, em uníssono, diante da grande aventura humana neste vale de lágrimas, o mundo.
Vamos chorar como loucos, chorar de esperança. Que a lágrima da esperança é a melhor de todas, pois que ela surge da fonte cristalina da alma!

Rogério Silvério de Farias
Publicado no Recanto da letras em 07/05/2007
Código do texto: T478517

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