domingo, 5 de setembro de 2010

*** Busca ***


Tento escrever o que está dentro de mim, mas é tudo em vão.
Não sei expressar os sentimentos, apenas sinto-os.
Mas esse sentir é tão meu, tão profundamente meu que nada faz com que os outros possam vê-los.
Meus sentimentos, tão meus, tão loucamente meus, são tolos, bobos, infantis.
Sei o que sinto, mas sei como dizê-lo.
Sei porque sei e ponto.
Quanto mais procuro entender o que há dentro de mim, mais me perco, mais me "desentendo", mas confusa fico.
E nesse me perder procuro encontrar no outro meu equilíbrio.
Procuro refúgios, aconchegos, amores...

Sei que nada disso virá, que essa busca é só minha, intimamente minha.

Mas buscar o quê?
Quem eu sou?
Quem eu posso ser?
Quem eu serei?

Não, essas respostas ninguém tem, nem nunca terá.
Sou o meu presente, o meu agora, o meu eu com todas as confusões e desatinos tão próprios de mim.

Entender-me? Deixo isso para os loucos. Pois só os loucos podem explicar o que a razão jamais explicaria...

segunda-feira, 12 de julho de 2010

** Apenas mais uma de amor - Lulu Santos **



Eu gosto tanto de você
Que até prefiro esconder
Deixo assim ficar
Sub-entendido

Como uma idéia que existe na cabeça
E não tem a menor pretensão de acontecer

Eu Acho isso tão bonito
de ser abstrato,baby
A beleza é mesmo tão fugaz

É uma idéia que existe na cabeça
E não tem a menor pretensão de acontecer

Pode até parecer fraqueza
Pois que seja fraqueza então,
A alegria que me dá
Isso vai sem eu dizer

Se amanhã não for nada disso
Caberá só a mim esquecer
O que eu ganho, o que eu perco
Ninguém precisa saber

* Água Viva *


"E eis que depois de uma tarde de "quem sou eu" e de acordar à uma hora da madrugada ainda em desespero - eis que às três horas da madrugada acordei e me encontrei. Fui ao encontro de mim. Calma, alegre, plenitude sem fulminação. Simplesmente eu sou eu. E você é você. É vasto, vai durar.

O que te escrevo é um "isto". Não vai parar: continua.

Olha para mim e me ama. Não: tu olhas para ti e te amas. É o que está certo. O que te escrevo continua e estou enfeitiçada."

Clarice Lispector.

sábado, 10 de julho de 2010

*** Somewhere over the rainbow ***


Somewhere over the rainbow
Way up high
There's a land that I heard of
Once in a lullaby

Somewhere over the rainbow
Skies are blue
And the dreams that you dare to dream
Really do come true

Someday I'll wish upon a star
And wake up where the clouds are far behind me
Where troubles melt like lemondrops
Away above the chimney tops
That's where you'll find me

Somewhere over the rainbow
Bluebirds fly
Birds fly over the rainbow
Why then, oh why can't I?
Some day I'll wish upon a star
And wake up where the clouds are far behind me
Where troubles melt like lemondrops
Away above the chimney tops
That's where you'll find me

Somewhere over the rainbow
Bluebirds fly
Birds fly over the rainbow
Why then, oh why can't I?

If happy little bluebirds fly
Beyond the rainbow
Why, oh why can't I?

sexta-feira, 9 de julho de 2010


Sussurro todas as noites "Boa noite, meu amor. Durma com os anjos!" na esperança de que você ouça e sinta meu abraço e meu beijo.

terça-feira, 29 de junho de 2010

...estou procurando, estou procurando. Estou tentando me entender. Tentando dar a alguém o que vivi e não sei a quem, mas não quero ficar com o que vivi. Não sei o que fazer do que vivi, tenho medo dessa desorganização profunda.

Clarice Lispector

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Solidão...


Saudade é não saber. Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.

Martha Medeiros

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Sentimentalismos baratos...


Caminhava pela rua deserta, absorta em seus pensamentos. O som do salto na calçada molhada entremeava os tolos e românticos pensamentos. Como poderia ser tão ingênua e tolamente romântica?

Tinha ido àquela festa para tentar se distrair, tirar aquele ente mágico, aquele ser insensível, bruto e ausente do seu pensamento. Aceitara o convite de uma amiga com a promessa que não terminaria a noite só e teria uma carona para sua casa. No fim das contas, acabou sem as duas coisas. A única companhia que lhe apareceu não satisfazia sua inteligência, seu bom papo, além de não ter nenhum traço de beleza, que seria compensado facilmente por um bom papo, e além de tudo isso, a imagem daquele homem que tanto a maltratava com sua ausência não lhe saía da cabeça; e sua amiga, bem, sua amiga...

Sempre fora muito mais desenvolta que ela, tinha grande facilidade de contornar todas as situações sociais e apesar de ser realmente bela, tinha um charme e uma conversa irresistível a qualquer homem. Nunca ficava sem companhia. Já ela... A única coisa que tinha para oferecer era uma conversa envolvente, falava sobre vários assuntos com desenvoltura e era dona de um par de olhos castanhos que falavam mais que qualquer palavra proferida pela sua boca. Isso, no entanto, não eram atrativos suficientes para atrair qualquer pessoa na noite, as pessoas buscam a beleza exterior e ela só podia oferecer a beleza interior. Por isso, sempre, ou quase sempre, terminava a noite só, com o frio da solidão percorrendo suas veias.

Durante o percurso sentiu passos que acompanhavam os seus. Passos masculinos, fortes, brutos, que seguiam as batidas dos seus saltos. O frio do medo percorreu sua espinha e esse medo era tanto que não tinha coragem de olhar para trás.

Apertou o passo, as batidas do salto se intensificaram como se pisando com força no chão pudesse demonstrar segurança e afugentar o medo. Os passos masculinos também se intensificaram, no mesmo ritmo e se aproximavam cada vez mais.

Ela apertou com força a pequena bolsa contra o peito e pensou em correr, mas no momento em que se preparava para fugir daquela rua escura, sombria e fria, uma mão forte segura com firmeza sua braço, detendo-a e paralizando-a de medo. Pensou em gritar por socorro, mas o medo era tamanho que sua voz não saia. A outra mão máscula, temendo pelo grito tapou-lhe a boca e disse com uma voz firme para não se mover nem gritar que nada de mal lhe aconteceria.
A voz. Ah aquela voz... Reconheceria aquela voz mesmo que a cidade inteira gritasse em uníssono.

Agora o choque era duplo, o medo ainda percorria sua espinha e o susto de ouvir aquela voz tão familiar, mas ao mesmo tempo tão distante também a paralizava. A voz simplesmente disse para seguir caminhando até a próxima esquina sem olhar para trás. Na esquina ela deveria virar a direita e aguardar novas instruções. Ela seguia as instruções e a mão ainda segurava o seu braço, conduzindo-a até o local indicado.

Ela havia reconhecido a voz, mas não conseguia ver o rosto, não conseguia que estava coberto por uma máscara negra e vestido de uma maneira completamente diferente do que estava acostumada a vê-lo. Ele, sempre despojado, detestava roupas sociais, sempre com calças jeans e camiseta, naquele momento, vestia-se como um mágico, que havia se aproximado para enfeitiçar ainda mais seu coração em desalinho. Vestia uma calça preta, com corte impecável e uma capa, daquelas vistas somente em filmes.

Após virarem a esquina, ele a apertou contra o muro e roubou um beijo de sua boca. Aquele beijo confirmou todas as desconfianças dela. Era ele. Ele e somente ele tinha aquele beijo...

Surpresa, ela se entregou àquele momento e tão subitamente como começou, também terminou. Ele virara as costas e se preparava para partir. Ela segurou seu braço e puxou-o para colarem seus corpos novamente e repetir aquele beijo. Antes, porém, ela arrancou a máscara que cobria seu rosto e revelou aquele rosto com o qual tantas vezes sonhara, com o qual ansiara viver o que estava vivendo. Ela que tanto esperou por aquele beijo, finalmente o havia recebido.

Beijaram-se novamente, ardentemente, por longos minutos. Ambos entregaram-se a volúpia daqueles momentos que ficariam eternizados em suas memórias. Entregaram-se um ao outro como nunca havia acontecido. Ela o amava às escondidas e puramente. Ele, ninguém sabia quais eram seus sentimentos, mas, ali, naquele momento, ela também a amava.

Terminado o beijo e sem dizer nenhuma palavra, os dois seguiram cada um o seu caminho, separados, mas felizes e com a certeza que aquele momento já estava imortalizado e que o amanhã, seria apenas o primeiro dia do resto de suas vidas...
Vanessa

sábado, 5 de junho de 2010

Metal Contra As Nuvens - Legião Urbana



Não sou escravo de ninguém
Ninguém é senhor do meu domínio
Sei o que devo defender
E por valor eu tenho
E temo o que agora se desfaz

Viajamos sete léguas
Por entre abismos e florestas
Por Deus nunca me vi tão só
É a própria fé o que destrói
Estes são dias desleais

Eu sou metal
Raio, relâmpago e trovão
Eu sou metal
Eu sou o ouro em seu brasão
Eu sou metal
Sabe-me o sopro do dragão

Reconheço meu pesar
Quando tudo é traição
O que venho encontrar
É a virtude em outras mãos.

Minha terra é a terra que é minha
E sempre será
Minha terra
Tem a lua, tem estrelas
E sempre terá

Quase acreditei na tua promessa
E o que vejo é fome e destruição
Perdi a minha sela e a minha espada
Perdi o meu castelo e minha princesa

Quase acreditei, quase acreditei
E, por honra, se existir verdade
Existem os tolos e existe o ladrão
E há quem se alimente do que é roubo.
Mas vou guardar o meu tesouro
Caso você esteja mentindo.

Olha o sopro do dragão

É a verdade o que assombra
O descaso que condena
A estupidez o que destrói
Eu vejo tudo que se foi
E o que não existe mais

Tenho os sentidos já dormentes
O corpo quer, a alma entende
Esta é a terra-de-ninguém
Sei que devo resistir
Eu quero a espada em minhas mãos

Eu sou metal - raio, relâmpago e trovão
Eu sou metal: eu sou o ouro em seu brasão
Eu sou metal: me sabe o sopro do dragão

Não me entrego sem lutar
Tenho ainda coração
Não aprendi a me render
Que caia o inimigo então

Tudo passa
Tudo passará

E nossa história
Não estará
Pelo avesso assim
Sem final feliz
Teremos coisas bonitas pra contar
E até lá
Vamos viver
Temos muito ainda por fazer
Não olhe pra trás
Apenas começamos
O mundo começa agora, ahh!
Apenas começamos.



(Renato Russo)

***Baby I Love Your Way (tradução) - Peter Frampton***

As sombras crescem tanto diante dos meus olhos
E vão se movendo, através da página
De repente o dia se torna noite
Bem longe, da cidade
Mas não hesite
Porque o seu amor, não vai esperar

Menina eu amo o seu jeito,
Quero dizer que amo o seu jeito,
Quero estar com você noite e dia

A lua aparece para brilhar e iluminar o céu
Com a ajuda de alguns vaga-lumes
Me pergunto como eles tem o poder de brilhar e brilhar
Eu posso vê-los, sob os pinheiros
Mas não hesite
Porque o seu amor, não vai esperar

Menina eu amo o seu jeito,
Quero dizer que amo o seu jeito,
Quero estar com você noite e dia

Bem não hesite
pois seu amor não vai esperar

Eu posso ver, o por do sol, em seus olhos
Castanhos e cinzas, azuis também
Nuvens perseguem ilhas no sol
Queria poder comprar uma
Fora da estação

Mas não hesite
Porque o seu amor, não vai esperar

Menina eu amo o seu jeito,
Quero dizer que amo o seu jeito,
Quero estar com você noite e dia

sexta-feira, 4 de junho de 2010

** Feliz **

Para quem bem viveu o amor
duas vidas que abrem
não acabam com a luz
São pequenas estrelas que correm no céu
trajetorias opostas
sem jamais deixar de se olhar.

É um carinho guardado
num cofre de um coração que voou
É um afeto deixado nas veias
de um coração que ficou.

É a certeza da eterna presença
da vida que foi, na vida que vai
é saudade da boa, feliz cantar

Que foi, foi, foi,
foi bom e pra sempre será
Mais, mais, mais
Maravilhosamente, amar

Que foi, foi, foi,
foi bom e pra sempre será
Mais, mais, mais
Maravilhosamente, amar

Gonzaguinha

domingo, 11 de abril de 2010

*** Besteiras sem nexo ***

De repente me pego pensando em você.

Sem ter um porquê definido.

Apenas penso.

No que poderiamos ser,

no que somos,

no que fomos,

e no que seremos.


Penso que você é essencial,

que sua presença me enche de felicidade,

que sua existencia acalanta meus sonhos.

Saber que você existe na minha vida

e que existe de uma maneira que as palavras não podem explicar,

basta para me fazer feliz.

*** Vanessa ***

Obs: Nem sei porque estou postando isso... É apenas a vontade de falar alguma coisa que eu não consigo e também não sei explicar. Nem merece comentários...


* Pra você guardei o amor *


Pra você guardei o amor
Que nunca soube dar
O amor que tive e vi sem me deixar
Sentir sem conseguir provar
Sem entregar
E repartir

Pra você guardei o amor
Que sempre quis mostrar
O amor que vive em mim vem visitar
Sorrir, vem colorir solar
Vem esquentar
E permitir

Quem acolher o que ele tem e traz
Quem entender o que ele diz
No giz do gesto o jeito pronto
Do piscar dos cílios
Que o convite do silêncio
Exibe em cada olhar

Guardei
Sem ter porque
Nem por razão
Ou coisa outra qualquer
Além de não saber como fazer
Pra ter um jeito meu de me mostrar

Achei
Vendo em você
E explicação
Nenhuma isso requer
Se o coração bater forte e arder
No fogo o gelo vai queimar

Pra você guardei o amor
Que aprendi vem dos meus pais
O amor que tive e recebi
E hoje posso dar livre e feliz
Céu cheiro e ar na cor que arco-íris
Risca ao levitar

Vou nascer de novo
Lápis, edifício, tevere, ponte
Desenhar no seu quadril
Meus lábios beijam signos feito sinos
Trilho a infância, terço o berço
Do seu lar

(Nando Reis & Ana Cañas)
Para alguém especial, que mora no meu coração e para sempre morará. Alguém que amo de diferentes e incríveis formas...

domingo, 7 de março de 2010

*** Encontro das Águas ***


Sem querer te perdi tentando te encontrar
por te amar demais sofri, amor
me senti traído e traidor

Fui cruel sem saber que entre o bem e o mal
Deus criou um laço forte, um nó
e quem viverá um lado só?
A paixão veio assim afluente sem fim
rio que não deságua
Aprendi com a dor nada mais é o amor
que o encontro das águas
Esse amor
hoje vai pra nunca mais voltar
como faz o velho pescador quando sabe que é a vez do mar
Qual de nós
foi buscar o que já viu partir, quis gritar, mas segurou a voz,
quis chorar, mas conseguiu sorrir
Quem eu sou?

pra querer

Entender

O amor

Jorge Vercilo

****Eu preciso dizer que te amo****


Quando a gente conversa
Contando casos besteiras
Tanta coisa em comum
Deixando escapar segredos

E eu nem sei que hora dizer
Me dá um medo ( que medo )

É que eu preciso dizer que eu te amo
Te ganhar ou perder sem engano
É eu preciso dizer que eu te amo
Tanto

E até o tempo passa arrastado
Só pra eu ficar do teu lado
Você me chora dores de outro amor
Se abre e acaba comigo
e nessa novela eu não quero ser teu amigo

É que eu preciso dizer que eu te amo
Te ganhar ou perder sem engano
Eu preciso dizer que eu te amo
Tanto

Eu já não sei se eu to misturando
Ah, eu perco o sono
Lembrando em cada riso teu qualquer bandeira
Fechando e abrindo a geladeira a noite inteira

É que eu preciso dizer que eu te amo
Te ganhar ou perder sem engano
É eu preciso dizer que eu te amo
Tanto

Quando a gente conversa
Contando casos besteiras
Tanta coisa em comum
Deixando escapar segredos

Eu não sei em que hora dizer
Tenho medo

É, que eu preciso dizer que te amo
Te ganhar ou perder sem engano
Eu preciso dizer que eu te amo
Tanto

E até o tempo passa arrastado
Só pra eu ficar do teu lado
Voce chora dores de outro amor
Se abre e acaba comigo
E nessa novela baby eu não quero ser teu amigo
Não

E que eu preciso dizer que te amo
Te ganhar ou perder sem engano...
E que eu preciso dizer que te amo

Eu já não sei se eu tô misturando..
Ah eu perco o sono...
Lembrando em cada riso teu qualquer bobeira...


Cazuza e Bebel Gilberto

domingo, 28 de fevereiro de 2010

* Noites com Sol *

Ouvi dizer que são milagres
Noites com sol
Mas hoje eu sei não são miragens
Noites com sol
Posso entender o que diz a rosa
Ao rouxinol
Peço um amor que me conceda
Noites com sol

Onde só tem o breu
Vem me trazer o sol
Vem me trazer amor
Pode abrir as janelas
Noites com o sol e neblina
Deixa rolar nas retinas
Deixa entrar o sol

Livre serás se não te prendem
Constelações
Então verás que não se vendem
Ilusões

Vem que eu estou tão só
Vamos fazer amor
Vem me trazer o sol
Vem me livrar do abandono
Meu coração não tem dono
Vem me aquecer nesse outono
Deixa o sol entrar

Pode abrir as janelas
Noites com sol são mais belas
Certas canções são eternas
deixa o sol entrar

(Flávio Venturini e Ronaldo Bastos)
Fonte: www.vagalume.com.br

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010


Acordo pela manhã e sinto um enorme vazio.

Sinto o vazio deixado pela tua ausência.

Meus pensamentos voam sem destino em busca dos seus.

E assim, sem destino, meus pensamentos passam o dia a te buscar. Tento me distrair com outras coisas, mas tudo é em vão.

Até me distraio com coisas corriqueiras, mas no fim, meus pensamentos sempre voltam para você. Imagino o que você estará fazendo, o que estará pensando, em que braços você estará aconchegado, enquanto os meus necessitam do teu aconchego.

Sorrio para todos, brinco, tento me divertir. Para todos, sou uma pessoa feliz, mas por dentro, choro, sentindo a tua ausência, a falta do teu abraço, a ânsia por um beijo.

E assim as horas passam, os dias passam, a saudade aumenta e meus pensamentos continuam vagando sem destino em busca dos teus.


Vanessa

domingo, 31 de janeiro de 2010

*Perdidamente*


"Eu quero amar,
Amar perdidamente!
Amar só por amar: aqui... Além...
Mais este e aquele, o outro e a toda gente...
Amar! Amar! E não amar ninguém!
Recordar? Esquecer? Indiferente!...
Prender ou desprender?
É mal? É bem?
Quem disse que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!
Há uma primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi para cantar.
E se um dia hei de ser pó, cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que eu saiba me perder...
Para me encontrar..."

Florbela Espanca

* "Saudade é solidão acompanhada..." *


Saudade é solidão acompanhada,
É quando o amor ainda não
foi embora, mas o amado já...
Saudade é amar um passado que ainda não passou,
É recusar um presente que nos machuca, é não ver o futuro que nos convida...
Saudade é sentir que existe o que não existe mais...
Saudade é o inferno dos que perderam,
É a dor dos que ficaram para trás,
É o gosto de morte na boca dos que continuam...
Só uma pessoa no mundo deseja sentir saudade:
aquela que nunca amou.
E esse é o maior dos sofrimentos:
não ter por quem sentir saudades,
passar pela vida e não viver.
O maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido.



Pablo Neruda

*Anjos Desatinados - Marlene Passos*


Anjos desatinados sentem medo de perder o sonho das noites secretas, onde bocas ardentes procuram amor.
Sentem medo dos deuses das sombras onde a solidão assombra.
Sentem medo do delírio da alma onde ouvem somente o eco do momento...
Sentem medo do adeus que queima a alma como rio de lavas incandescentes, é um eterno medo da ausência profana...
Mas de repente surge um raio de luz e diz:
- Não precisa ter medo, as tempestades mais intensas são as mais passageiras, deixam cicatrizes no solo, mas a natureza tem o dom da restauração.
Sorria, não tenha medo...

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

*Certas Coisas - Lulu Santos*

Não existiria som
Se não houvesse o silêncio
Não haveria luz
Se não fosse a escuridão
A vida é mesmo assim,
Dia e noite, não e sim...

Cada voz que canta o amor não diz
Tudo o que quer dizer,
Tudo o que cala fala
Mais alto ao coração.
Silenciosamente eu te falo com paixão...

Eu te amo calado,
Como quem ouve uma sinfonia
De silêncios e de luz.
Nós somos medo e desejo,
Somos feitos de silêncio e sons,
Tem certas coisas que eu não sei dizer...

A vida é mesmo assim,
Dia e noite, não e sim...

Eu te amo calado,
Como quem ouve uma sinfonia
De silêncios e de luz,
Nós somos medo e desejo,
Somos feitos de silêncio e sons,
Tem certas coisas que eu não sei dizer...
E digo...


Essa postagem não tem imagens como todas as outras porque a própria letra da música já nos faz construir na imaginação as imagens de sensações tão paradoxais...

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Ivan Lins - Vieste

Durante a nossa vida as pessoas vêm e vão.
Algumas apenas passam, outras passam e ficam guardadas em nossos coraçãos, deixam marcas profundas e sentimentos bonitos.
Essa música e para todos que passaram pela minha vida e deixaram sua marca...

sábado, 23 de janeiro de 2010

***Ausência***


Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.




Carlos Drummond de Andrade

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

*Liberdade*

Livre,
Irei
Buscar a
Esperança
Renovada
Dentro da
Alma que
Deixei
Esquecida...


Vanessa

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

*Quimera*



Você é uma quimera, um desejo, uma ilusão que jamais será minha...

Sinto sua falta...

domingo, 17 de janeiro de 2010

*Menina*


Não chores minha menina,
Não derrame suas lágrimas
Pela tristeza das escolhas de alguém....

O mundo é egoísta,
Você não é.
Você é um ser iluminado,
Que assume seus riscos e
Procura vencê-los diariamente.

Não se fez de fraca diante dos obstáculos,
Venceu seus medos e receios mais profundos,
E teve a doce ilusão de que todos seriam como você...

Ah minha menina... A ilusão,
quando assume a realidade dói,
faz sofrer, mas também ensina.

Você ainda vai chorar muito,
Vai se decepcionar muito
Mas vai sobreviver
Só os fortes sobrevivem...

E você é forte,
Você é brava,
Você é a minha heroína, minha menina!

Vanessa


Para alguém muito especial, que anda sofrendo e chorando demais...
Não se esqueça que esta mãe desnaturada te ama muito...

* Fênix - Jorge Vercilo *


Eu,
prisioneiro meu
descobri no breu
uma constelação

Céus,
conheci os céus
pelos olhos seus
Véu de contemplação

Deus,
condenado eu fui
a forjar o amor
no aço do rancor
e a transpor as leis
mesquinhas dos mortais

Vou
entre a redenção
e o esplendor
de por você viver

Sim,
quis sair de mim
esquecer quem sou
e respirar por ti
e assim transpor as leis
mesquinhas dos mortais

Agoniza virgem Fênix
(O amor)
entre cinzas, arco-íris e esplendor
por viver às juras de satisfazer
o ego mortal

Coisa pequenina,
centelha divina,
renasceu das cinzas

Onde foi ruína
pássaro ferido
hoje é paraíso

Luz da minha vida,
pedra de alquimia
Tudo o que eu queria
Renascer das cinzas

Quando o frio vem
nos aquecer o coração
Quando a noite faz nascer
a luz da escuridão
e a dor revela a mais
esplêndida emoção
O amor

sábado, 9 de janeiro de 2010

*** realidade ***


"... a realidade não é apenas o que o olho vê e não somente o que o ouvido escuta e o que a mão pode tocar, mas também o que se esconde do olho e do toque dos dedos e se revela às vezes, só por um momento, para quem procura com os olhos do espírito e para quem sabe ficar atento e ouvir com os ouvidos da alma e tocar com os dedos do pensamento."

Amós Oz

Extraído da obra "De repente, nas profundezas do bosque"

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

*Ausência*


Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces.
Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto.
No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz.
Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado.
Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados
Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada.
Que ficou sobre a minha carne como nódoa do passado.
Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face.
Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada.
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite.
Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa.
Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço.
E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só como os veleiros nos pontos silenciosos.
Mas eu te possuirei como ninguém porque poderei partir.
E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas.
Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada.


Vinícius de Moraes

*Começo a conhecer-me. Não existo.*

Começo a conhecer-me. Não existo.
Sou o intervalo entre o que desejo ser e os outros me fizeram,
ou metade desse intervalo, porque também há vida ...
Sou isso, enfim ...
Apague a luz, feche a porta e deixe de ter barulhos de chinelos no corredor.
Fique eu no quarto só com o grande sossego de mim mesmo.
É um universo barato.


Álvaro de Campos (heterônimo de Fernando Pessoa)

sábado, 2 de janeiro de 2010

* Será que vale a pena fazer resoluções para o ano novo? *


Pessoalmente eu respondo que não. Não vale a pena fazer resoluções para o ano que se inicia.

Ao refleir sobre as minhas certezas ao final de 2008 e o que aconteceu no decorrer de 2009 eu diria que quase nada do que eu planejei ou queira para 2009 aconteceu.

Não que isso tenha sido ruim. Não, pelo contrário, foi muito bom. Tomei rumos diferentes, rumos novos.

Se alguém me perguntasse dia 1º de janeiro de 2009 se eu viveria o que eu vivi, eu responderia com absoluta certeza que não.

Vivi experiências diferentes, rumos novos, conheci pessoas novas que arejaram minhas idéias, me fizeram ver o mundo com outros olhos.

Não posso negar também que vivenciei coisas que me desagradaram, mas isso faz parte da nossa vida. A felicidade absoluta não existe e devemos aprender, por mais difícil que seja, com as tristezas e com as pedras no caminho.

Ao fazer um balanço de tudo posso dizer que planejar algo para o ano novo, fazer resoluções que mudarão a vida não fazem muito sentido. Devemos ter metas, objetivos claros, mas que isso deverá ser seguido a risca não.

Ter em mente o que se quer, lutar para isso e estar aberto a novas experiências é muito melhor que seguir receitas pré-estabelecidas para viver um novo ano.

Como eu disse no post anterior, nada melhor que viver ao sabor do vento, mas tendo os pés no chão, sabendo onde quer chegar e como chegar.


Feliz 2010!!!